quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Como agem os agentes inteligentes

 1 – Os agentes inteligentes pensam com um objetivo em mente, tendo em conta uma finalidade ou propósito, e de tal modo que se utilizam de padrões complexos os quais visam desempenhar uma função específica (complexa ou especificada).

2 - Os agentes inteligentes podem infundir rapidamente grandes quantidades de informação nos sistemas, tendo em vista um plano pré-estabelecido.

3 – Os agentes inteligentes “reusam” componentes funcionais que operam uma e outra vez em diferentes sistemas, por exemplo, as rodas utilizadas nos automóveis que também se usam nos aviões.

Um fenômeno molecular


Por: Michael Behe
Livro: “A Caixa preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução”. Editora  Jorge Zahar Editor, 1997 (Prefácio).

“É lugar-comum, quase banal, dizer que a ciência deu grandes passos na compreensão da natureza. As leis da física são agora tão bem conhecidas que sondas espaciais voam com precisão absoluta para fotografar mundos situados a bilhões de quilômetros da Terra. Computadores, telefones, luzes elétricas e incontáveis outros exemplos confirmam o domínio da ciência e da tecnologia sobre as forças da natureza. Vacinas e culturas agrícolas de alto rendimento venceram os antigos inimigos da humanidade, a doença e a fome — pelo menos em algumas partes do mundo. Quase todas as semanas, anúncios de descobertas na área da biologia molecular reforçam a esperança pela cura de doenças genéticas e de outras origens.

Ainda assim, compreender de que forma alguma coisa funciona não é a mesma coisa que compreender como ela surgiu. Os movimentos dos planetas no sistema solar, por exemplo, podem ser previstos com espantosa exatidão. A origem do sistema solar (saber como o Sol, os planetas e suas luas se formaram), contudo, ainda é controversa. A ciência provavelmente acabará por solucionar esse enigma. Ainda assim, permanece a questão de que compreender a origem de alguma coisa é diferente de entender como ela funciona no dia-a-dia.

O domínio da natureza pela ciência levou várias pessoas a supor que ela pode — na verdade, deve — explicar também a origem da natureza e da vida. A sugestão de Darwin, de que a vida pode ser explicada pela ação da seleção natural sobre a variação, tem sido aceita esmagadoramente há mais de um século nos círculos cultos, apesar dos mecanismos básicos da vida terem permanecido um completo mistério até poucas décadas atrás.

A ciência moderna aprendeu que, em última análise, a vida é um fenômeno molecular: todos os organismos são feitos de moléculas, que funcionam como porcas e parafusos, engrenagens e polias dos sistemas biológicos. Sem dúvida, há sistemas biológicos complexos (como a circulação sanguínea, por exemplo) que surgem em níveis mais altos; os detalhes comezinhos da vida, porém, constituem a função das biomoléculas. Por isso mesmo, a ciência da bioquímica, que as estuda, tem por missão a investigação dos próprios alicerces da vida.

Desde meados da década de 1950, a bioquímica tem elucidado laboriosamente o funcionamento da vida no nível molecular. Darwin desconhecia o motivo pelo qual ocorria a variação em uma espécie (um dos requisitos de sua teoria), mas a bioquímica identificou a base molecular do processo. A ciência do século XIX não podia sequer arriscar um palpite sobre os mecanismos da visão, da imunidade ou do movimento, ao passo que a bioquímica identificou as moléculas responsáveis por essas e por outras funções.

No passado pensava-se que a base da vida era extraordinariamente simples. Essa ideia foi demolida. Verificou-se que a visão, os movimentos e outras funções biológicas não são menos sofisticados do que câmeras de televisão e automóveis. Embora a ciência tenha feito enormes progressos na compreensão de como funciona a química da vida, a sofisticação e a complexidade dos sistemas biológicos no nível molecular paralisaram suas tentativas de explicar as origens dos mesmos. Não houve virtualmente tentativa alguma da ciência de explicar a origem de sistemas biomoleculares específicos, complexos, e muito menos qualquer progresso nesse sentido. Muitos cientistas afirmaram corajosamente que já têm tais explicações, ou que as terão mais cedo ou mais tarde, mas nenhum apoio para essas alegações pode ser encontrado na literatura científica. Mais importante ainda, há razões irresistíveis — baseadas na própria estrutura dos sistemas — para se pensar que uma explicação darwiniana dos mecanismos da vida será para sempre enganosa.


Evolução é uma palavra versátil. Pode ser usada por uma pessoa para explicar algo tão simples quanto uma mudança ao longo do tempo, e por outra para indicar a descendência de todas as formas de vida a partir de um ancestral comum, sem especificar o mecanismo de mudança. Em seu sentido mais conhecido, biológico, evolução significa um processo por meio do qual a vida surgiu de matéria não-viva e, mais tarde, desenvolveu-se inteiramente por meios naturais. Esse é o sentido que Darwin deu à palavra, e o mesmo que conserva na comunidade científica. E é a acepção em que usamos a palavra evolução em todo este livro.”

Perguntas e Respostas

Em resposta ao comentário de Mauro Cafundó de Morais, em uma postagem anterior:

COMENTÁRIO:
"Como uma teoria de origem biológica e de desenvolvimento, a afirmação central do DI é que somente causas inteligentes explicam adequadamente as estruturas biológicas de informação complexa e que essas causas são empiricamente detectáveis." Eu desconheço algum modelo que possa detectar empiricamente essas causas. A relação de causa-consequência para "estruturas biológicas de informação complexa" necessita de vários (pois estamos observando complexidade) modelos empíricos para ser estabelecida. E a afirmação central da DI é falsa dentro da ciência empírica pois nenhum dos modelos empíricos propostos até então consegue detectar a causa inteligente.

RESPOSTA:
Na verdade a proposta do Design Inteligente (TDI) não é exatamente detectar “a causa inteligente” (entendendo tal “causa” como uma força, pessoa, entidade, ser sobrenatural, etc.), mas detectar objetos (organismos) que apontam para um design (desenho) planejado. Pegue-se, por exemplo, os cílios. Sobre estes, indaga Behe: “Que componentes são necessários para que um cílio funcione? O seu movimento certamente exige microtúbulos. De outra maneira, não haveria filamentos para deslizar. Além disso, ele precisa de um motor, ou os microtúbulos do cílio permaneceriam duros e imóveis. Ele também precisa de conectores para empurrar os filamentos vizinhos, convertendo o movimento de deslizamento em movimento de curvatura e impedindo que a estrutura desmorone. Todas essas peças são necessárias para realizar uma única função: o movimento ciliar. Do mesmo modo que uma ratoeira não funciona a menos que todas as suas partes constituintes estejam presentes, o movimento ciliar simplesmente não existe na ausência de microtúbulos, conectores e motores. Podemos, por conseguinte, concluir que o cílio é de complexidade irredutível — uma enorme chave-inglesa jogada em sua presumida evolução gradual darwiniana.”

COMENTÁRIO:
“A biologia moderna é uma ciência de informação. A TDI apropriadamente formulada é uma teoria de informação. Dentro dessa teoria, a informação se torna um indicador confiável de causação inteligente bem como um objeto apropriado para investigação científica.”  Deve-se deixar claro que teoria da informação é diferente de ciência da informação. Dentro dessa teoria, a informação deve ser quantificada, e a TDI não quantifica a informação deixada por uma 'causa inteligente'.

RESPOSTA:
A TDI trabalha com informação funcional.  Se a informação funcional de um dado sistema exceder o princípio da significância, nesse caso uma agência de inteligência se faz necessária,  uma vez que processos naturais inconscientes não a podem produzir.  Tome-se, por exemplo, a Complexidade Especificada proposta por William Dembski, cuja essência é exatamente a informação, incorporando elementos como:  probabilidade e padrões.

COMENTÁRIO:
A hipótese do DI não se sustenta no meio acadêmico e científico, pois não propõe uma pergunta científica clara. O DI não se caracteriza com elementos científicos; como filosofia, aparenta ser uma doutrina; e como reforma educacional apenas no meio filosófico.

RESPOSTA:
Enézio de Almeida resume, a seguir, as razões porque a TDI pode perfeitamente ser enquadrada como ciência legítima.

Características lógico-metodológicas da TDI

A TDI é uma teoria científica que, assim como a teoria da evolução, investiga as causas de eventos particulares ocorridas no passado remoto. Stephen Jay Gould nomeou estas ciências como ciências históricas.

Ernst Mayr, considerado o “Darwin do século XX”, também afirmou ser a biologia evolucionista uma ciência histórica, sendo muito diferente das ciências exatas no seu quadro conceitual e na sua metodologia. Sendo uma ciência histórica, ela lida com fenômenos únicos como a extinção dos dinossauros, a origem dos seres humanos e das novidades evolutivas, a explicação de tendências e taxas evolutivas e a explicação da diversidade orgânica.

Mayr salientou que não há meio de explicar esses fenômenos com leis (como nas ciências exatas), e que os experimentos são geralmente inapropriados para responder as questões evolutivas. Sem esta plataforma heurística dura e segura, Mayr disse que a biologia histórica introduziu um notável e novo método heurístico: as narrativas históricas. As chamadas ‘just-so stories’.

Segundo a definição de ciência neo-positivista, demarcacionista reducionista de ciência de Leite, será que a biologia evolucionista qualificaria como ciência? Pense bem antes de responder. Uma ajuda: Leite afirmou que uma teoria somente é científica se tiver a capacidade de produzir afirmações sobre fenômenos que possam ser corroboradas ou negadas por fatos observáveis.

Como fazer isso com as ‘narrativas históricas’, se Mayr disse não haver leis evolutivas e nem como realizar experimentos sobre a extinção dos dinossauros e a origem dos seres humanos? Não temos como corroborar nem negar por fatos observáveis. Segundo a definição restrita de ciência de Leite, a biologia evolutiva não seria ciência. A maior ideia que a humanidade já teve não é uma ideia científica? Pereça tal pensamento!

3. As razões por que a TDI é uma teoria científica

Entre as diversas razões pelas quais a TDI é uma teoria científica, destacamos seis:

3.1 O caso da TDI é baseado em evidências empíricas

Ao contrário do afirmado pelos críticos, os teóricos da TDI elaboraram argumentos empíricos específicos para apoiá-la.

A. A descoberta da informação digital na célula.

B. Complexidade irredutível em máquinas e circuitos moleculares.

C. O padrão de surgimento dos principais grupos de organismos no registro fóssil (necessidade de grandes quantidades de informação genética).

D. O ajuste fino das leis e constantes da Física.

E. O ajuste fino de nosso ambiente terrestre.

F. O sistema de processamento de informação da célula.

3.2 Os proponentes da TDI usam métodos científicos estabelecidos

São dois os métodos sistemáticos de raciocínio científico que estabelecem os critérios para se determinar o design inteligente:

3.2.1 O método de múltiplas hipóteses competidoras

É o método utilizado para se determinar a melhor inferência que explique quando a evidência observada apóia uma hipótese.

A inferência de design inteligente é a melhor explicação para a origem da informação biológica. As atuais teorias da origem e evolução da vida não explicam esta origem.

3.2.2 O filtro explanatório de Dembski.

No livro The Design Inference, Dembski estabelece os critérios pelos quais sistemas com características de design inteligente podem ser identificados: tipos de padrões e assinaturas de probabilidades exibidas.

Baseado nesses critérios, Dembski desenvolveu um procedimento de avaliação comparativa: o filtro explanatório. O filtro explanatório guia a análise e o raciocínio sobre os objetos e artefatos naturais e ajuda os pesquisadores decidir entre três tipos de explicação: acaso, necessidade e design.

3.3 A TDI é uma teoria científica testável

Muitos cientistas e filósofos de ciência pensam que a capacidade de se sujeitar teorias a testes empíricos é um aspecto importante de qualquer método científico de pesquisa.

Ao contrário do afirmado pelos críticos, a TDI é testável em diversas maneiras interrelacionadas:

Como outras teorias científicas que explicam eventos do passado remoto, a TDI é testável comparando-se a sua capacidade explanatória com aquelas de teorias competidoras. Ex.: A TDI explica melhor a origem da informação biológica do que as atuais teorias da origem e evolução da vida.

A TDI é testada contra o nosso conhecimento da estrutura de causa e efeito do mundo. A experiência nos ensina que a única causa conhecida de informação especificada e digitalmente codificada é um agente inteligente.

A TDI foi submetida aqui a dois testes: da existência causal e da existência da causa.

Embora teorias científicas históricas tipicamente não façam predições que possam ser testadas em condições controladas de laboratórios, algumas vezes elas geram predições discriminadoras sobre o que alguém deve encontrar no mundo natural.

A TDI gerou um número dessas predições empíricas discriminadoras.

A. O tão chamado DNA lixo (o DNA que não codifica proteínas encontrado nos genomas de organismo unicelulares e plantas e animais multicelulares). A TDI prediz que a maioria das sequências não codificantes no genoma deve realizar alguma função biológica, mesmo que não dirija a síntese da proteína.

Em 1998, Dembski predisse que “em uma visão evolutiva, nós esperamos bastante DNA inútil. Se, por outro lado, os organismos exibem design, nós esperamos que o DNA, o tanto quanto possível, exiba função.”

A descoberta recente de que o DNA que não codifica proteínas realiza uma diversidade de funções biológicas importantes confirmou esta predição da TDI.

Algumas funções do DNA lixo:

1. Regula a replicação do DNA.

2. Regula a transcrição.

3. Marca os locais para reorganização programada de material genético.

4. Influencia o próprio dobramento e manutenção dos cromossomos.

5. Controla as interações dos cromossomos com a membrana nuclear (e matriz).

6. Controla, edita e encaixa o processamento do RNA.

7. Modula a tradução.

8. Regula o desenvolvimento embriológico.

9. Conserta o DNA.

10. Ajuda na imunodefesa ou combate de doenças.

Resumindo, as regiões não codificantes de proteínas do genoma funcionam bastante semelhantes como um sistema operacional de computador dirige o uso da informação contida em vários programas armazenados no computador.

3.4 O caso da TDI exemplifica o raciocínio histórico-científico

As ciências históricas (como a teoria da evolução de Darwin e a TDI) tentam reconstruir o passado e explicar a evidência presente referindo-se a causas passadas em vez de tentar classificar ou explicar as leis e propriedades inalteráveis da natureza.

Geralmente, elas se diferenciam pela referência de quatro critérios:

A. Um objetivo histórico distinto

As ciências históricas focalizam nas questões do tipo “O que aconteceu?” ou “O que causou o surgimento deste evento ou característica natural?” em vez de questões do tipo “Como a natureza geralmente opera ou funciona?” ou “O que causa a ocorrência deste fenômeno geral?”

A TDI tenta responder sobre o que causou o surgimento de certas características no mundo natural como, p. ex., a informação especificada digitalmente codificada presente na célula.

B. Uma forma de influência distinta

As ciências históricas usam inferências com uma forma lógica distinta.
Diferentemente das ciências não históricas (tipicamente inferem generalizações ou leis de fatos particulares (indução), as ciências históricas empregam a lógica abdutiva para inferir um evento passado de um fato ou pista presente.

Essas inferências também são chamadas de retroditivas. Stephen Jay Gould afirmou que o cientista histórico infere “a história a partir de seus resultados”.

A TDI infere uma causa passada inobservável (a ação ou agência criativa de uma mente) a partir de fatos ou pistas presentes no mundo natural: a informação complexa especificada do DNA, a complexidade irredutível de certos sistemas biológicos e o ajuste fino das leis e constantes da física.

C. Um tipo de explicações distinto

As ciências históricas oferecem explicações causais de eventos particulares e não descrições tipo leis ou teorias explicando porque certos tipos de fenômenos geralmente ocorrem. Nas explicações históricas, os eventos causais passados, e não as leis ou propriedades físicas gerais, é que realizam o trabalho de explicação.

A TDI oferece esta forma histórica distinta de explicação: invocamos a ação de um agente e concebemos aquele ato como um evento causal, mesmo que mental em vez de entidades puramente físicas.

Nós postulamos um evento passado causal (ou sequência de eventos) para explicar a origem da evidência ou pistas presente do mesmo modo que fazem as teorias de evolução química.

D. O uso do método de múltiplas hipóteses competidoras

Os cientistas históricos geralmente não testam as hipóteses conferindo a exatidão das predições que eles fazem sob condições controladas de laboratório. Antes, eles usam o método de múltiplas hipóteses competidoras para testar as hipóteses, comparando seu poder explanatório contra os de suas competidoras.

Resumindo, a TDI procura responder questões caracteristicamente históricas apoiando-se em inferências abdutivas/retroditivas, postulando eventos causais passados como explicações da evidência presente, e ela é testada indiretamente comparando-se seu poder explanatório com aquele de teorias competidoras.

3.5 A TDI aborda uma questão específica em biologia evolutiva

A TDI aborda a questão principal que tem sido parte da biologia histórica e evolutiva: Como surgiu a aparência de design nos sistemas vivos?

Tanto Darwin e biólogos evolutivos como Francisco Ayala, Richard Dawkins e Richard Lewontin reconhecem que os organismo biológicos parecem ter design intencional.

A aparência de design é considerada ilusória porque os darwinistas estão convencidos de que o mecanismo de seleção natural (e outros mecanismos evolutivos) agindo sobre variações aleatórias é capaz de explicar a aparência de design nas coisas bióticas.

A aparência de design em biologia é real ou ilusória? Há duas respostas possíveis para esta questão científica:

1. A resposta do darwinismo clássico: “A aparência de design na biologia não resulta de design verdadeiro.” Esta resposta tem sido considerada uma proposição científica.

2. A resposta da TDI: “A aparência de design na biologia resulta de design verdadeiro.”

A negação de uma proposição não a torna um tipo diferente de afirmação: a afirmação proposta pela TDI de que o design nas coisas bióticas é real, é uma resposta àquela proposição científica.

Se a primeira é científica, então a segunda também é.

3.6 A TDI é apoiada em literatura com revisão por pares

Os críticos e oponentes da TDI frequentemente afirmam que os seus teóricos e defensores nunca publicaram seus trabalhos em publicações científicas com revisão por pares. Por esta razão, a TDI não qualifica como teoria científica.

Vamos ouvir o outro lado? Estas são algumas dessas publicações com revisão por pares dos teóricos e proponentes da TDI:

1. Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin, Rio de Janeiro, Zahar, 1997.

2. William Dembski, The Design Inference, Cambridge University Press, 1998.

3. Vide cinco artigos propondo a TDI no livro Darwinism, Design and Public Education, Lansing, Michigan State University Press, 2003. Stephen Meyer e John Angus Campbell, editores.

4. Vide quatro artigos defendendo as teses da TDI no livro Debating Design: from Darwin to DNA. Cambridge University Press, 2004. William Dembski e Michael Ruse, editores.

5. Vide lista das publicações de artigo sobre a TDI com revisão por pares publicada pelo Discovery Institute.

Quantos artigos são necessários para que uma idéia ou teoria seja considerada científica?

Um tribunal de justiça determina agora o que é científico ou não?

Os artigos propondo novas idéias ou teorias científicas geralmente são barrados pelo conselho editorial de publicações científicas. Geralmente a razão apresentada é que a idéia ou teoria nunca teve artigos científicos com revisão por pares publicados. Quando são publicados, os editores sofrem sanções. Vide o caso do biólogo evolucionista Richard Sternberg (dois doutorados em Biologia evolutiva) que perdeu o cargo no Smithsonian Institute.

Mesmo quando artigos sobre a TDI são publicados com revisão por pares, os críticos e oponentes dizem que a idéia de design é inerentemente acientífica.

A verdade de uma teoria não é determinada ou garantida pelo lugar ou procedimentos que se seguem à sua publicação.

Muitas teorias científicas importantes foram desenvolvidas e publicadas sem revisão por pares.

Embora o sistema de revisão por pares seja um procedimento útil e necessário para o avanço da ciência, ele também pode ser utilizado para a manutenção e conformação de uma ideologia, e assim resistir a novos insights teóricos.

A História da Ciência está repleta de exemplos de cientistas de renome que rejeitaram novas teorias que mais tarde se mostraram mais competentes em explicar a evidência do que as teorias paradigmáticas.

Assim sendo, não é surpreendente e nem provoca danos à TDI a rejeição atual de sua plausibilidade científica por cientistas e publicações científicas.



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Algumas perguntas sobre o Tedeísmo (Design Inteligente)

1 – Existiu um planejador?
Dada as inúmeras evidências científicas, especialmente  no âmbito da biologia celular,  é perfeitamente possível aventar a possibilidade de um planejador, ainda que remoto, não obstante ser impossível detectá-lo cientificamente. Mas esta não é função  do tedeísmo, que finca suas bases exclusivamente no PLANO que se evidencia na natureza e nos seres vivos.  

2 – Quem foi este planejador?
Em seu conceituado livro “A Caixa Preta de Darwin”, o cientista Michael Behe esclarece que, para se deduzir que houve um plano não é preciso ter um candidato para o papel de planejador. Acrescentando que é possível chegar à conclusão de que um sistema foi planejado pelo simples exame  dele mesmo.

3 – Os tedeístas são religiosos?
Os tedeístas podem ser qualquer coisa: católicos, ateus, protestantes, agnósticos, maçons, budistas, céticos etc. A posição religiosa ou antirreligiosa de uma pessoa, em nada diz respeito aos conceitos defendidos pelo Tedeísmo. Algo semelhante se observa, também, no âmbito da Teoria da Evolução.  O fato de alguém atribuir a uma divindade o “pontapé inicial do processo evolutivo” não faz dessa teoria um preceito religioso. Dir-se-ia que a religião está para o Tedeísmo assim como o ateísmo está para o Darwinismo. Citemos ainda o exemplo de Stephen Hawking. O fato de não se ter provas conclusivas  acerca  de vida inteligente fora da Terra, não o impediu de lançar o seu ambicioso projeto “Breakthrough Listen”.

4 – O tedeísmo é de fato um conceito científico?
Sim. Está fincado basicamente em dois princípios científicos, a saber: 1) Complexidade Irredutível, sistema  formando por um conjunto de peças “cirurgicamente” conectadas entre si, cujo objetivo é cumprir uma função, de modo que, faltando uma dessas peças,  tal função não pode ser executada corretamente para o fim proposto; 2) Complexidade Especificada, em que ser  se tenta quantificar a inferência de planejamento em termos dos "recursos probabilísticos" de um sistema, por padrões tipo “cara-coroa”.

5 – O tedeísta pode acreditar na evolução?
Sim. Michael Behe, por exemplo, compartilha em alguns aspectos desse conceito, afirmando que não ver razões, por exemplo, para duvidar da  ascendência comum (que todos os organismos tiveram um mesmo ancestral). Ele realça, porém, que:  “Embora o mecanismo de Darwin — a ação da seleção natural sobre a variação — possa explicar muitas coisas, não acredito que explique a vida molecular” (ZAHAR, 1997).